muros

mais um muro? festejamos a queda do muro de berlim para isso? novos muros para desamparar pessoas que fogem da guerra. a união europeia não se importa. a ue está mais interessada em saber se os países cumprem as metas do défice e se as suas economias não sonham com distribuição de riqueza entre todos os seus cidadãos.

Sem sentido

Sempre tive noção de que a União Europeia tem a sua vigência contada no tempo. Olhando para a história é a lição do crescimento, apogeu e declínio que se tira. Confesso que nunca pensei que o começo do fim era para já. Dava-lhe mais uns 50 anos. O que se fez com a Grécia é, se não houver mudanças democráticas pelo caminho (défice de sempre da UE), o começo do fim da linha. A maneira incendiária como o Eurogrupo reagiu aos gregos está fora de qualquer parâmetro de uma união democrática, que vise a convergência ou a união social e política dos povos. Esta UE não quer saber das razões da sua criação, do espírito da sua fundação. Não há união sem solidariedade, sem democracia, sem povos, sem esperança. Se há um espírito de domínio de uns sobre os outros, toda esta construção perdeu qualquer valor.

o isolamento

A Inglaterra não “arrisca” isolamento na UE. Isso porque nunca esteve junto. A Inglaterra sempre teve uma postura de inegável distanciamento em relação à UE e só se envolveu um pouco mais por uma inevitabilidade para os seus interesses. Chegou tarde, depois de ter uma postura mesmo concorrente, e já no barco teve várias condutas mais atlânticas (no sentido de norte-americanas) do que continentais. E tem o seu próprio império espalhado no mundo. A novidade agora é que a Europa se está a desintegrar à frente de todos. E a Inglaterra quer se proteger desta espiral frenética, destas últimas valsas “dos continentais” à beira do precipício. Para a Inglaterra cuidar dos seus interesses é mais seguro garantir a manutenção do distanciamento. Concordando ou não com as suas opções (mais no sentido de não concordar, em termos emocionais, do sonho desta Europa de unidade, quase romana ou de magno, e infelizmente parca em solidariedade), o certo é que viveram bem sem Euro, sem Schengen, sem meter a mão na massa desta União que, afinal, se mostra tão frágil.

Eles é que sabem

Para que fique claro: os títulos de facto são diferentes.
O outro era Tratado Constitucional Europeu. Este é só Tratado Europeu, e é de Lisboa também, o que é muito melhor.
Levará o Santo António dentro dele, com as festas e sardinhadas?
Não, é só o título que muda, o outro era Tratado Constitucional Europeu e este é só Tratado Europeu.Ah… Mas então porque é que não vai ser referendado?
Ninguém sabe… Só os eurocratas, aqueles senhores de gravata e que mandam nesta cena toda.
Eles é que sabem, porque nós não sabemos interpretar tudo aquilo que eles escreveram.

Mas eles não deviam nos prover educação também, não deviam nos explicar, pelo menos?
Oh pá deixa lá isso… Eles vão tratar disso para nós… Eles sabem bem o que é preservar uma europa democrática. E se eles acham que democracia é nós vermos eles assinarem tratados internacionais sem dar satisfação ao povo… deixa-os que eles é que sabem.